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Queijo Coalho poderá ganhar selo de indicação de origem

Queijo Coalho poderá ganhar selo de indicação de origem. 

A pesquisa feita pelo Centro Tecnológico de Laticínios (CT Laticínios) pretende tornar o tradicional queijo de coalho um produto reconhecido, padronizado e com um selo de indicação de procedência do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).

Segundo Benoit Paquereau, pesquisadora e professora do curso de História da Universidadede Pernambuco (UPE), com o selo de indicação geográfica, a coalho a produção do queijo de coalho seria exclusiva da região Nordeste e nenhum outro local poderia usar a nomenclatura queijo de coalho para comercialização.

É como uma espécie de patente, que ocorreu, por exemplo com o champagne, que leva o nome da região Champagne, na França e com o queijo parmesão, produzido exclusivamente em Parma, na Itália. No Brasil, o modo artesanal da fabricação do queijo em Minas Gerais foi registrado em 2008 como patrimônio cultural imaterial brasileiro pelo Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Muito comum a venda de Queijo Coalho assado em todo o Nordeste

Segundo a professora Maria Giselda Brito (UFRPE), a pesquisa comprova a reputação do queijo de coalho no Agreste, inclusive com registros da imprensa local e nacional de mais de um século. “A cultura do leite e do queijo está impregnada no Agreste provavelmente desde que o gado foi transferido da Zona da Mata para dar lugar à cultura canavieira mais intensiva no litoral”, diz.


Além dessa importância histórica e social, Benoit lembra que com o selo de indicação geográfica, a qualidade do produto será garantida. A ideia é unir a tradição à excelência. “A gente procura se manter próximo da ideia do produtor inicial, sem muitas mudanças. Mudamos apenas em relação às práticas de higiene dos produtores, animais e utensílios”, afirma.

Os agricultores familiares produtores de queijo de coalho artesanal dos estados do Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte não adotam tecnologias apropriadas no processo de fabricação. 

Por isto, as agroindústrias familiares convivem com três problemas que afetam diretamente sua produção: 
Preparação da massa para fabricação do Queijo Coalho



a) má qualidade do queijo de coalho pela falta de práticas higiênico-sanitária; b) o processo de produção compromete a qualidade e segurança alimentar, diminuindo a potencialidade mercadológica do produto; e c) o Método para produção do queijo não se encontra definido, o que leva à falta de padronização dos queijos comercializados.
   
Nesse sentido a Embrapa Agroindústria Tropical vem desenvolvendo o Projeto Melhoria da Produção, Processamento e Comercialização de Queijo de Coalho Artesanal de Agricultores Familiares destes Estados. Cujo objetivo principal é desenvolver nas agroindústrias familiares produtoras de queijo de coalho artesanal, requisitos básicos de Boas Práticas Agrícolas (BPA) e Boas Praticas de Fabricação (BPF), visando elevar o padrão de qualidade do queijo de coalho artesanal, por meio da melhoria no processo produção, de comercialização e sustentabilidade do ambiente.

O queijo de coalho é um produto amplamente consumido na região nordeste do Brasil. A produção deste tipo de queijo artesanal é feita em pequenas agroindústrias familiares e tem sua principal base de comercialização a economia informal. Cerca de 90% dessa produção é originaria da agricultura familiar. É uma produção carregada de valores culturais, e simbólicos. Essas pequenas e médias queijarias movimentam mensalmente, algo em torno de 10 milhões de reais (Perry, 2004), o que sinaliza ser essa atividade importante em termos social e econômico na região.
 

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